segunda-feira, 22 de junho de 2009


É forte a pressão para que o projeto de lei que limita a circulação dos chamados “paredões de som” – de autoria do vereador Guilherme Sampaio (PT) – não entre nem em votação. Os motivos são variados e as reclamações vêm de várias frentes: parlamentares, empresários e amantes dos campeonatos de som que ocorreem na cidade já estão se organizando e prometem, nos próximos dias, fazer muito barulho para barrar a proposta. Os empresários do setor de equipamentos de som para veículos automotivos já levaram reclamações para o vereador Mário Hélio (PMN), que, em entrevista ao O POVO, afirmou que fará de tudo para convencer o vereador petista a abandonar o projeto. O parlamentar, que é 2º vice-presidente da Câmara Municipal e foi, durante dez anos, proprietário de lojas de acessórios para montagem de equipamentos de som em automóveis, defende que, se existe poluição sonora em Fortaleza por conta dos paredões, a culpa é da Prefeitura, que não teria estrutura para fiscalizar. “A população reclama é da poluição sonora, e não dos equipamentos que ficam dentro carro. Aonde, afinal, o vereador Guilherme Sampaio quer chegar?”, questiona Mário Hélio. Insatisfações vêm também da Associação da Indústria e Comércio de Veículos, Peças e Serviços do Estado do Ceará (Assopeças) e do Sindicato do Comércio de Peças e Serviços para Veículos Automotores, Ciclomotores e Refrigeração (Sincopeças), que têm Ranieri Leitão como presidente. O empresário se mostra preocupado com o número de empregos que poderão ficar comprometidos caso a lei – que ainda se encontra na Comissão de Legislação – seja aprovada. “Não vai ter saída, nós vamos ter de demitir funcionários. E eu acredito que não é interessante para a prefeita Luizianne e para ninguém acabar com a comercialização de equipamentos de som”, reclama Raniere, atentando que a venda de acessórios para carros é puxada pelos equipamentos de som. No site de relacionamento Orkut, um fórum na comunidade intitulada “Som Automotivo Fortaleza” foi aberto para articular estratégias para engavetar o projeto. A primeira sugestão foi a realização de uma abaixo-assinado “onde qualquer pessoa apaixonada por som automotivo pode assinar”. O autor do projeto, Guilherme Sampaio, afirma que está disposto a ouvir todas as reclamações. Entretanto, avisa que, diante da fragilidades dos argumentos contrários, está a cada dia mais convencido da relevância da proposta. O petista afirma que sua ideia vem para driblar as dificuldades de fiscalização decorrentes das leis atuais. “Como é necessário medir o som para verificar se está acima dos decibéis permitidos, quando o fiscal chega, o sujeito pode baixar o som e inviabilizar a medição”, explica. A proposta de Guilherme limita a 80 cm o tamanho dos cones dos alto-falantes que podem circular livremente.

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